Apesar de ser possível falar de um mercado massificado de assistentes de voz nos Estados Unidos, no Brasil ele é restrito a early adopters. Cleber Paradela, VP de planejamento da Sunset Comunicação, explica que ainda existem barreiras no Brasil para que as
“As agências precisarão se preparar tanto para definir personas das marcas nesse ambiente, quanto para repensar a jornada dos consumidores em um mundo sem tela. O maior motivo que leva um usuário a adotar uma interface de voz é a produtividade e redução de atritos. Portanto, o caminho de pensar a publicidade como interrupção pode ser um grande tiro no pé, pois é exatamente o que esse usuário não quer. Logo, as empresas devem pensar as interfaces de voz principalmente prestando serviço (como consultar uma fatura de cartão de crédito, por exemplo) para facilitar o dia a dia de um consumidor que precisa resolver as coisas sem parar suas atividades”, diz Paradela.
Jason Bermingham, locutor e colunista de Meio & Mensagem, explica que as marcas estão buscando cada vez mais identidade e um jeito de falar que remeta a uma persona. “Se olharmos para as assistentes virtuais os jeitos de falar ainda são muito parecidos, Siri, Alexa e outras, e se diferenciar neste contexto será importante”. “A voz transmite muito mais informação social do que prática. Ela carrega o passado e a personalidades das pessoas”, reforça.
Independentemente dos assistentes de voz como device, a interação com a voz já faz parte da dinâmica do brasileiro em função dos smartphones, lembra Alessandro Cauduro, CEO do Huia, estúdio de produtos digitais. “O desafio como em toda atuação de marca, é ser útil no momento do consumidor e não interromper a sua jornada. Assim como não quero um anúncio interrompendo meu vídeo, não quero uma intervenção de um assistente que não entregue exatamente o que eu preciso. O desafio criativo vai ser, cada vez mais, trazer utilidade”, afirma.
Cauduro ressalta que mais que uma narrativa de voz as marcas que forem relevantes para a vida do consumidor serão as que terão mais atenção. “Ser relevante pode significar muitas coisas: desde descobrir como chegar em algum lugar, chamar um Uber, tocar uma música ou descobrir qual música que está tocando, descobrir a previsão do tempo, pedir uma pizza ou buscar um vídeo sobre um assunto de interesse”.