Uma tendência no setor varejista fez até mesmo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) rever suas projeções para a quantidade de lojas que serão abertas no Brasil. Se no começo desse ano a entidade calculou
Há uma série de indícios, além do apresentado pela Confederação, que apontam as dificuldades que um empresário pode ter ao tentar abrir uma loja física, seja qual for o porte. Um deles é o fato de os compradores estarem cada vez mais conectados a opções de e-commerce, algo que existe há pelo menos 20 anos no Brasil, mas que tem avançado em várias direções a cada ano. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) divulgada em agosto mostrou, por exemplo, que 75% dos jovens entre 16 e 22 anos entrevistados fizeram compras em lojas virtuais ou sites de revenda, como o Mercado Livre.
As lojas físicas, assim, que, dependendo da estrutura da empresa, são sinônimos de gastos que se equilibram na corda bamba da crise, perdem cada vez mais espaço. E esse é um fato, infelizmente, dentro do mercado empresarial brasileiro. De acordo com dados do IBGE de 2017, das 733,6 mil empresas abertas em 2010, apenas 37,8% sobreviveram até 2015.
Tanto os varejistas quanto as grandes corporações já perceberam que o momento agora é de mudar e rever a modalidade de negócio. Afinal, atraindo clientes ou não, com retração de vendas ou não, é preciso manter o negócio funcionando.
Daí vem a tendência de migração para o e-commerce. As marcas precisam estar onde o público está, ou seja, no mundo real e no virtual. O consumidor espera que seu desejo seja realizado a um clique e, frente aos problemas que o varejo enfrenta, como desvalorização do real, desaceleração do mercado interno e dúvidas sobre o futuro econômico do País, nada mais urgente do que atendê-lo.
Avançando há pelo menos dois anos no mercado brasileiro, os marketplaces também se consolidam como uma vitrine eficaz para o varejo. É cada vez mais comum empresas de pequeno porte se posicionarem oferecendo seus produtos nos chamados “shoppings virtuais”. O vendedor está no mesmo ambiente que o comprador e pode, então, abordá-lo de maneira mais eficiente e gastando menos do que se a compra estivesse sendo feita em uma loja física. Melhor: pode monitorar o que ele coloca no carrinho, qual foi seu caminho até chegar à loja, o que procurou dentro do site.
A internet também se torna uma aliada na gestão dos negócios. Sistemas que integram informações de estoque, controle de vendas, emissão de notas fiscais contribuem fortemente para que a loja virtual (e também a física) atue com toda a sua capacidade, focando no atendimento de qualidade, enquanto tudo está na ponta do lápis – ou seja, em painéis de controle e gestão do negócio – “do outro lado do balcão”. Hoje existem muitos sistemas de gestão que podem fazer tudo isso em conjunto: controlar a empresa e, ao mesmo tempo, inserir o negócio no mercado digital.
As estratégias de venda precisam ser flexíveis em tempos que o comércio está fechando as portas. A venda virtual, definitivamente, não pode ser deixada de lado, com o risco de ficar para trás e perder uma boa fatia de compradores.
(*) Robinson Idalgo é fundador do Sistema Grátis, ERP com módulos grátis.